segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Das ironias da vida.

 

Vai parecer mentira, mas na sexta à tarde eu divagava sobre a dureza da vida dos técnicos de futebol no Brasil. Pelas mais diversas razões, mas principalmente pelo não-direito ao adoecimento. A gente vê jogadores de futebol se afastando do trabalho o tempo inteiro, seja por virose, seja por lesão, seja por problemas de ordem pessoal. Professores, médicos, engenheiros, empregadas domésticas, funcionários públicos, todo mundo pode se ausentar do trabalho de vez em quando. Mas e os técnicos? Esses não podem adoecer. Não podem se afastar nunca. E vivem sob uma pressão fodida. Enfim, depois de alguns minutos, a vida real me chamou de volta, e concluí meu devaneio: Pelo menos eles ganham muito dinheiro.

Dois dias depois, o técnico do Vasco se sentiu mal durante o clássico contra o Flamengo. De cara, já achei estranho vê-lo sentado no banco, ele que sempre fica à beira do campo... Quando foi levado pela ambulância, meu coração apertou, torci pra que não fosse nada grave. Só hoje li nos jornais a confirmação de um AVC. Não tenho palavras pra descrever como tô me sentindo triste. Um nó na garganta...

Ricardo Gomes é excelente profissional, elogiado por todo mundo no Vasco e nos clubes onde já atuou, além de ser querido pela imprensa. Pessoalmente, tenho um carinho especial por ele, que mudou a cara do Vasco este ano, que nos ajudou tanto a conquistar o título inédito da Copa do Brasil, depois de 8 anos na fila.

Sei que é bobagem, mas não consigo deixar de me sentir um pouco culpada por esse episódio. Porque, bem, está claro que técnicos de futebol também adoecem. Espero, do fundo do coração, que Gomes se recupere plenamente, e que tenha condições de voltar a trabalhar no Vasco, comandando nosso time com o carinho e profissionalismo de sempre. Apesar do susto e da tristeza, tenho certeza que o time vai dar o melhor de si dentro de campo e honrar o trabalho que vem sendo feito.

Força, Ricardo Gomes!

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